Na reta final dos trabalhos, a CPI da Pandemia do Senado ouviu nesta quarta-feira o advogado e empresário Marconny Albernaz de Faria. Ele é suspeito de ter atuado como lobista da Precisa Medicamentos, na tentativa de venda da vacina indiana Coxavin para o Ministério da Saúde.
Marconny lamentou ter sido convocado à CPI, alegando que nunca foi denunciado por corrupção, e disse que a quebra do seu sigilo pessoal o prejudicou, expondo sua vida privada. O advogado invocou o direito de se manter calado, garantido em habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal, mas ele respondeu a várias perguntas dos senadores.
O depoente negou o envolvimento em compra de vacina da covid-19. Ele disse que foi sondado pela Precisa Medicamentos no início da pandemia, no ano passado, para trabalhar como assessor político e técnico numa concorrência pública para aquisição de testes rápidos.
O depoimento de Marconny Faria deveria ter sido no dia 2 de setembro, mas ele apresentou um atestado médico e não compareceu à audiência. O atestado acabou sendo anulado pelo próprio médico que o concedeu.
No final da reunião, o presidente da CPI Omar Aziz afirmou que vai pedir a inclusão, no relatório final da comissão, do ministro da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário. Para Aziz, o ministro precisa explicar porque, mesmo tendo acesso a investigações e documentos, não tomou ações para barrar as negociações irregulares conduzidas por servidores públicos no Ministério da Saúde.
Sobre a entrega do relatório, o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues, anunciou que haverá uma reunião hoje à noite, para discutir o calendário das próximas duas semanas de trabalhos da comissão. Ele admite que a entrega do relatório pode acontecer mais tarde do que o prazo anunciado.
Edição: Raquel Mariano / GT Passos